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terça-feira, 9 de junho de 2015

Como peixes dentro d'água - por Melissa Dornelles

Estar imerso, é estar inteiro mergulhado. Quando optamos por este formato de direção, onde teríamos apenas 4 encontros de imersão com nossa diretora (que vive em Campinas) ao longo do processo, não tínhamos consciência da intensidade e do impacto que isso provocaria em nossos corpos e almas.

Foto: Julio Appel

Logo após a primeira imersão no final de fevereiro percebemos que seria vital termos uma assistência para a direção. Alguém que fizesse o olho de fora diariamente aqui em Porto Alegre. Naturalmente esta pessoa foi a mesma que junto comigo e com o Fábio, escreveu o projeto em junho de 2014. A Giovanna Zottis, além de ser uma grande artista é uma mulher sensível, e foi olhando no olho dela que tive o insight de realizarmos visitas em asilos e coletar relatos de histórias de amor ao longo da criação. Ela brinca sempre: ‘Enfim Sós...e eu!’. Bueno, a presença dela como assistente da diretora está sendo um presente, e não consigo nem imaginar este trabalho sem a presença generosa e amorosa da Uma Thurman (sim, ela é a Uma Thurman!!) 

Foto: Julio Appel

Acabamos de viver a terceira imersão. Foram sete dias, onde trabalhamos literalmente 24 horas por dia. Sei que sou exagerada e dramática, mas estou sendo sincera. Se não estávamos em ensaio prático, estávamos criando mentalmente, produzindo, ou nas poucas horas de sono que tínhamos... sonhávamos com tudo que estávamos criando. Acredito que esta foi de longe a melhor imersão que vivemos. Começamos ela com um ensaio para toda a equipe do projeto. Equipe de luxo, onde todos estão envolvidos e trabalhando com afinco na criação. Colocamos a meta de retrabalhar roteiro e dramaturgia para um ensaio aberto que fecharia a imersão, seis dias depois. E assim foi. Trabalhamos incansavelmente, buscamos soluções, nos superamos, quase desistimos, arriscamos, rimos muito, choramos outro tanto, doeu, foi leve, e sempre que não sabíamos para onde ir eram os nossos palhaços que apontavam o caminho. A Roliça e o Julieto Justo estão trocando fortes alianças no palco. Salvando a Melissa, o Fábio, a Giovanna e a Luciane de toda dúvida que possa surgir. Gracias!!! 

Foto: Julio Appel

O ensaio aberto foi realizado na sala 503 da Usina do Gasômetro, que nós do Grupo Trilho administramos. Eu morro de medo de ensaios abertos. É neles que vemos se é possível seguir investindo na mesma linha, ou se é preciso mudar totalmente. A apresentação durou cerca de uma hora e foi seguida de um bate papo com a equipe. A troca aconteceu, o ato teatral se fez. Estávamos de alma lavada, artistas e público. O bate papo foi rico. Críticas construtivas foram como presentes preciosos. Pérolas! Saímos motivados a seguir caminhando...lapidando. Sim...estamos no caminho. Avante!!


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